domingo, setembro 20, 2009

Adote um estilista você também!


Hoje eu adotei uma estilista. A loiríssima e lindíssima Andréa Ness, no comando da marca Sant'Anthonia, faz roupas perfeitas. Ou, pelo menos, perfeitas pra mim. Mistura a classe e elegância de estilos consagrados com uma modernidade peculiar e um corte perfeito.

Resolvi parar de bater perna, não importa quantas voltas eu dê, sempre acabo escolhendo pelas peças da marca, sempre com a consultoria particular e certeira de Andréa. Me parece uma ótima idéia: encontrar marcas e artistas que consigam passar para roupas, acessórios, artigos de design, aqueles valores que buscamos passar para nossa vida através do nosso estilo.

É quase terapêutico sair em busca dessas pequenas coisas, pessoas, artistas, que conseguem nos definir. Acabamos por, no meio do processo, definir a nós mesmos muito melhor.

Fica a dica: ADOTE UM ESTILISTA VOCÊ TAMBÉM.

para os interessados na marca:
www.santanthonia.com.br

terça-feira, setembro 08, 2009

Artífices dos Próprios Desejos


Artífices dos Próprios Desejos






Vou começar esse texto falando na lígua de queridas amigas minhas. A língua do "uma vez".

Uma vez eu não acreditei que fosse póssivel sonhar com coisas e torná-las possíveis.

Por favor, não me entendam mal, sempre acreditei em realizar coisas audazes, por vezes impossíveis, a beirar o limite do bom senso. Mas aí está: realizar estas coisas impossíveis sempre aconteceu como que por acaso. Eu acredita muito na capacidade de realizar coisas, na capacidade do acaso de realizar coisas. Mas a minha sempre me pareceu meio desafortunada. Me parecia que era só sonhar para as coisas irem por terra.

Muda o assunto: uma vez tirei uma foto de uma bicicleta.

Faz tempo que não sou lá muito esportista, e mais tempo ainda que não presto muita atenção em bicicletas, deve ser fruto de uma infância mal-brincada... Mas uma vez tirei uma foto de uma bicicleta.

Eu estava em Portugal, logo no início da minha viagem e caminhava pelo Bairro Alto. Entre um sem fim de ruelas em aclive, passei por um lugar que me chamou muito a atenção. Tinha um Elvis em tamanho real com um violão a tira colo, logo na entrada. Ao lado, uma linda bicicleta roxa, que mais parecia uma moto. Tirei uma foto da bicicleta, meio que for impulso. Desejei a bicicleta, por poucos segundos. Depois de um tempo, esqueci a idéia. Mais tarde postei na internet a foto e a seguinte legenda: Roxa. Eu gosto de veículos europeus... E a minha história com aquela bicicleta roxa acabou por aí.

Muda o assunto: uma vez vi um filme e achei idiota.

O Segredo. Vocês já devem ter visto ou ouvido falar. O filme parece editado em Movie Maker, (pra não dizer power point) e reune o depoimentos de pessoas com profissões como "visonário" que dão formulas mágicas para se ser rico, lindo e feliz.

Depois dos 3 primeiros segundos ébrios onde acreditei que eu também poderia ser linda, rica e feliz, coloquei de volta o chão nos meus pés. Não que tudo isso não possa acontecer, mas não de forma tão patética e mágica.

O filme reúne alguns preceitos bem interessantes da cabala e joga tudo dentro de uma cartola preta, prometendo que qualquer um consegue tirar um coelho. Mas minha memória funciona de forma estranha e, embora eu tenha dificuldade pra lembrar que parte íntima da minha vida acabei de contar para uma quase estranho, consigo me lembrar perfeitamente de cenas de filmes que achei idiota. É esse o caso.

Lembro de uma cena em especial, um homem. Na minha memória ele era gordinho. Ficou milhonário, não lembro como, tirando esses tais coelhos da cartola, talvez. Contava feliz da vida como ele era rico e feliz e sua vida era completa e ensinava a técnica de como desejar as coisas e mentalizá-las e conseguí-las. Ele deu um exemplo em especial, disse que uma vez havia visto uma casa em uma revista, gostou da casa e desejou: quero essa casa. Parte da técnica para alcançar sonhos que ele ensiva consistia em tirar fotos ou escrever as coisas que queremos e guardar, logo, ele arrancou a página da revista e guardou a tal foto da casa. Tempos depois, já milhonário, ele construiu a casa de seus sonhos, quadras de tênis, todos os tipos de psicinas, saunas, cozinhas, escadas rolantes, cinemas, tudo como uma casa deve ser. No meio da mundança, encontrou uma velha caixa onde ele havia, a tempos atrás, guardados um quadro com imagens de coisas que ele desejava. Diz o tal senhor milhonário que ao olhar o quadro ficou abismado, tinha construído a mesma casa, "idêntica", a que estava presa do quadro.

Nessa hora eu pensei: ok, história pra boi dormir. E segui minha vida, minha história com essa cena do filme acabou por aí.

Muda o assunto: uma vez encasquetei que queria uma bicicleta.

Faz mais de ano. Vi um amigo com uma bicicleta que dobrava e pensei: quero uma dessas. Logo eu, que nunca fui muito esportista. E então, pronto, quis porque quis uma bicicleta. Fui até na loja mais cara da cidade olhar bicicletas e, pra minha desgraça, gostei logo da mais cara. Um modelo retrô, ou vintage, como queiram. Cheia de um monte de bibibis que nem me lembro, só lembro que era linda. Depois desse dia, pronto, quis porque quis uma bicicleta, e tinha que ter cara de "antigamente-na-frança", com cestinho e tudo.

Passou-se o tempo e o desejo da bicicleta ficou lá, adormecido. Não pensei muito mais em bicicletas, mas toda vez que via uma retrô, como a da minha professora de contos, pensava: quero uma bicicleta retrô.

A mais de um ano fui ao interior do estado e foi amor a primeira vista. Descobri que lá era o paraíso das bicicletas retrô. Desde então voltei lá algumas vezes, repetindo a cada ida que "eu queria comprar uma bicicleta". Passou de desejo a mito, a caricatura e até mesmo a desculpa para enrolar um aniversariante no dia da sua festa surpresa.

Final de semana passado eu voltei ao interior do estado e comprei uma bicicleta. Ela é exatamente como eu queria. É retrô, é pequena como eu, tem cesto pra carregar flores e todas as exigências estéticas que me cabiam. Passei o dia lambendo a minha bicicleta, se era pra ir até a esquina, eu fui de bicicleta.

Lá pelas tantas comecei a achar estranho o quão familiar aquela bicicleta me era. Era minha, ok , eu comprei, eu escolhi, mas era como se eu já tivesse visto em algum lugar. Até que, lá pelas tantas, me dei conta que eu já tinha visto ela em algum lugar. Tinha até fotografado uma, muito parecida. Há mais de 3 anos e um oceano de distância.

A bici de cima foi a que eu desejei em Portugal. A bici de baixo foi a que eu compre este final de semana...

... e eu que uma vez não acreditava em sonhar, em filmes idiotas e em bicicletas....

Um sonho vive no imaginário. Um desejo vive no futuro. Eu e a minha bicicleta: artífices do nosso próprio futuro.