segunda-feira, agosto 22, 2011

Bonjour



Hoje sonhei com correspondências entre nós.

No sonho eu lia um livro, dois contos escritos na infância e juventude de Nietzsche. Ler o livro misturava-se com viver os contos e eu ora era eu lendo um livro, ora era uma das personagens dos contos, 3 irmãos correndo pelos suburbios de Paris.

Acordei com as costas doendo, abri os olhos e vi a mesa de centro da sala em um ângulo de 90 graus. Dormi no sofá da sala e acordei sem noção alguma da realidade, mais dentro do meu sonho do que da segunda-feira.

Foi quase lógico acreditar que acordara em Paris.

No sonho, um ótimo paralelo:  Nietzsche lembrando memórias do seu tempo de juventude com amigos no Rio de Janeiro. Personalidades de várias épocas da primeira metade do último século cantavam bossa-nova com sotaque do estrangeiro. Fez todo sentido, nada combina mais com um café da manhã em Paris do que um final de tarde no Rio de Janeiro.

Ainda ébria de sono, levantei, repassanto na mente as imagens de meu Nietzsche inventado e seus irmãos em pernas de pau numa caravana de circo. E me dei conta de que era segunda-feira e eu não tinha compromissos: poderia sair e tomar café e andar a pé e desbravar as ruas do meu inconsciênte. Poderia, enfim, me permitir a loucura da minha brincadeira de faz de conta -  e fazer de conta que, hoje, acordara em Paris.

Bonjour.



Bibiana Xausa Bosak
22 de agosto de 2011
Porto Alegre