domingo, dezembro 20, 2009

Mulheres: Taís (da série: contos sem fim)

Estava parada no meio da roda. Era imune à autoconsciência, pois tinha total consciência do seu papel. Enfim, estava lá, no meio da roda.

Tinha o braço metade enfiado no quadrado verde que se entendia como sua própria bolsa. Na segurança do ato, demonstrava total domínio de seu próprio universo. Dispensava os olhos, conhecia tão bem seu interior que enxergava usando somente as mãos. Achou o cigarro.

Sobmergiu o braço. Sobmergiu também o fogo. Os braços magros cortaram o ar: rarefeito e abafado.

***

Narrativa de um tempo em que eu, sendo menina, me encantava ao admirar mulheres.

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