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sexta-feira, janeiro 15, 2010

A Trama

Trama-se a trama de forma serena
E é só assim que se pode tramar

Os bandidos errantes
Tramando seu próximo golpe
Esquecem-se que vida
É feita de amar

A poeira do sotão
Em agudo silêncio
É gentil forasteiro
Pedindo saudade que volte

O croché da rendeira
Que trama na cama
Traz, a cada ponto
O contraponto da sorte

A palavra de corte
Do poeta boêmio
Faz arte da morte
Entre copas de vinhas

As viúvas tão tristes
E as tias sozinhas
Entre grossas linhas
Fazem, da trama
Sua fuga da vida

A moça bonita
Faz, da trama, lida
E amarra o cabelo
Com um laço de fita

Todos em fila
Tramam a trama

Esquecem, porém
Que trama-se a trama
De forma serena
E é só assim
Que se pode tramar

O ponto certeiro
É incansável guerreiro
Guarda a medida exata
Do quanto tramar
A trama da trama


Bibiana Xausa Bosak, quarta-feira 13, Janeiro, 2009

sexta-feira, outubro 23, 2009

Hoje



Ainda é hoje
Passou-se mais de mil anos
E ainda é hoje

Nero queimou Roma
Ainda hoje mais cedo
E ainda é hoje

Meu coração ardeu em chamas
Explodiu em amores e dúvidas
E ainda é hoje

Ainda hoje uma estrela explodiu
e
Ainda hoje
Outra estrela nasceu
E ainda é hoje

O mundo viu a guerra acabar
E no meu coração de Hirishima
Uma rosa se abriu
E ainda é hoje

Ainda hoje eu andava na rua
Estranha
E ainda hoje
No palco
As cortinas se abriram

Ainda hoje o trabalho acabou
Ainda hoje pintei minhas unhas
Ainda hoje jantei com amigos
E ainda é hoje

Ainda hoje não consigo dormir
E ainda hoje nasceu um poema

Pobre amanhã
Que tarda em chegar
Já virá ao mundo ocupado em vencer
Porque ainda hoje
Passaram-se mais de mil anos
E ainda é hoje

segunda-feira, outubro 19, 2009

Poema a Pequenas Mortes




É  tanta vida
É tanto sonho
Que me explode o peito
E a vontade que dá
É de virar letra
Errada e errante
E viver de pequenas mortes
Em livros de poesia.


Um amigo em um bar me disse:
Sabes como é orgasmo em fracês?
Petite-Mort.
E o que é a vida

Se não viver de pequenas mortes?



Já dizia o poeta
"Todos os poemas são o mesmo poema.
Todos os tragos são o mesmo trago.
Não é de uma vez que se morre..."


E não é.
Se morre a cada instante
E, a cada instante
Se explode novamente em vida.
Como fênix incandescente
A vida é o exercício do acender de flamas
E do apagar
De chamas.
E viver como letra errante
Morrendo a cada instante
Num virar de páginas.


Um pequeno morrer a cada estante.
Um grande viver
A cada nova sílaba entrante.
O prazer constante do afogar-se
E pela força soberana da onda,
Tragar-se.


Já que todos os poemas são o mesmo poema
E todos os tragos são o mesmo trago
Graças aos deuses!
Não é de uma vez que se morre.
"Todas as horas são horas extremas"





(Une petite mort pour vous tous les jours, Outubro, 19, dois mil e nove)




sábado, novembro 11, 2006

Gosto
De casa bagunçada
Carne mal passada
E roupa mal dobrada

Não gosto
De mentira deslavada
Boca não escovada
E desculpa esfarrapada

Gosto
De confidencia bem guardada
Noite estrelada
E cerveja bem gelada

Não gosto
De gente mal humorada
De bibiana mal humorada
E de historia mal contada

Gosto
De mais uma rodada
De amiga namorada
E de conversa apimentada

Não gosto
De mensagem atrasada
Comida não salgada
E gente amedrontada

Gosto
De amiga empolagada
Piada engraçada
E de cantar desafinada

Gosto
De noite não planejada
De paixão não revela
E de foto bem tirada

Gosto
Da manera safada de olhar o mundo encantada
Atraves da janela quebrada da minha nave espacial
Desgovernada

domingo, novembro 05, 2006

Cometa

Mais uma noite aqui
Vendo o tempo passar
Virou de novo, 2
O que será de mim?

E se passar um cometa?
E se eu me prender na sua calda?
Sera que vou viver mesmo é assim, feliz de olhar?

Mas sei lá,
Mesmo assim, olhando,
Sinto-me acontecer
Tão frágil,
Tão solitaria,
Mas me sinto, de alguma foma, feliz

Tenho um amor pela minha insônia,
Meio forçada, é verdade
Eu aqui, subviva, luntando contra meus olhinhos
Que teimam em fechar

Olhinhos que choram
Olhinhos que brilham
Tão meus,
Esses olhinhos

Tão só meus esses olhinhos

Será que um dia vou deixar de sentir solidão?
Será que um dia vou parar de idealizar o passado?

E parar, pra que? De que vale a vida se não para eu me lembrar dela como extraordinária?

Extraordinário,
É o que eu vou fazer da minha vida, a cada segundo,
Com esse meu sorriso,
Interno
Um sorriso que só eu conheço
Tão meu
Tão só meu

E agora, a minha maneira, sinto um progundo amor por mim

Olha os dedos
Batendo nas teclas
São amantes
Conhecem-se tão profundamente...

E, ainda assim, as vezes se enganam
Agora os dedos ficaram nervosos, embaralharam as letras
E saiu poesia
Não poesia da mente
Poesia de dedos

Logo se vê
Saiu dos dedos poesia torta
Poesia tremula e sem sentido nenhum

Confusa, mas serena ela
Que nem eu, agora
Confusa, mas serena
Que contraponto
Eu que a um segundo era certa e ansiosa

Tão impreciso esse coração
Tão leve que é jogado de um lado para o outro
E balança
E balança
Na calda do cometa

E eu aqui
Vivendo de sentir o vento que não há no espaço

Rindo e rindo
Um sorriso de bebê
Que sou

Bebê crescido
Velho diminuído
E, de novo, as minhas antíteses
Contradições de mim

Turva, revoltas
Minhas

Contradições

Contradições
Adições
Ditações
Ditaduras
Dentaduras
Ataduras
Atacados
Disfarçados
Desarmados
Amados
Mal amados
Estourados
Extraordinários
Momentos
Sentimentos

E as palavras se perdem no tango, no trago, no vento, em mim...

Momentos
Sentimentos

Lembranças

"A vida é a infância da nossa imortalidade."
Goethe

Lá estava e
Sentada sobre a janela
Com um sorriso sapeca de equem ainda é criança
A não se preocupar com as marcas do tempo
Declarava, com o movimento dos pés no ar que
Alí houvera energia, energia cumulativa de sorrisos e lágrimas.

E, no profundo azul daqueles olhos castanhos,
Que ainda procuravam no final do arco-íris o pote de ouro,
Instalava-se o sentir.

Como em um sonho,
Despercebida de si,
Se se mirasse no espelho
Enxergaria-se a chorar,
A rir,
A rir e chorar.

Agora olhava para o mar,
Mas não era o mar,
Era apenas mais uma janela.

Olhando para esta agora enxergou
Lembrou-se da vida,
Da não vida
O que agora sobrou?
Pois agora é tudo o que lhe resta

Ontem tivera olhos violeta
Nesta manhã foram rosa
Agora, estão a refletir azul

"É mentira,!" - o Espelho diria
E, se essa conversa existisse,
Ela responderia:
"Pouco me importa o que dizes tu, ó Espelho
Não me interessam mais as cores que vejo
Só me interessam hoje as cores que sinto".

Pois agora era chegado o tempo em que,
Se olhasse para trás,
Enxergaria infinitas pegadas suas:
Em linha reta;
A andar tortas pela praia;
Aqui e ali sumiam, desviavam-se;
Desapareciam...

Em partes alegres se encontravam com pegadas de outros,
Desenhvam sorrisos.
Horas havia em que, sozinhas, pareciam chorar.

Pegadas que, em silêncio, falavam.
Cantavam, em acordes mudos, a história de uma vida,
Daquela vida que,
Agora, a balançar os pés do alto da janela,
Ela contemplava.

Melodias soltas soavam no ar,
Músicas que falavam sobre a infância e diziam:
"A gente cresceu na beira do mar".

E pensou sobre "a gente".
Quem era "a gente"?
Pensou naqueles com quem, ainda hoje, se sentia "a gente", nós.

Não sei o que constatou,
Mas sei que sorriu,
E sei também que, sem palavras, conversou com suas lágrimas.

No fervoroso concílio que viviam seus sentimentos,
Naquele instante, consetiram, todos.

Fechou os olhos,
Suspirou
E, neste momento,
Deixou a infância e deu mais um passo
Em direção a adolescência da sua imortalidade...

porto alegre/ 2002


Quero andar de pés descalços
Ver o sol nascer na praia
Quero te beijar ouvindo o mar

Quero dar a volta ao mundo
No mundo
No meu mundo
E, quem sabe talvez, no teu mundo

Viver uma vida:
De choros
De risos
De festas
De ruas
De camas
De casa
De amigos
De eus
Saladas e doces
Palavras e vozes
Poemas versantes
Ciganos errantes
Passos andantes que seguem constantes
E passos e passos
Pegadas de mim

Desejo de Liberdade

Quero ver teu sentimento nu;
Tocar tua alma,
Desnuda de pudor e vergonha.

E tudo que te ofereço,
Em troca,
É o meu sentimento:
Nu
E cru;
E a minha vontade
De construir,
Contigo,
Estórias e histórias.

Digo isso sem malícia,
Digo a qualquer pessoa que se disponha a vir livre
De esperanças e ilusões.

não diferencio sorrisos de lágrimas,
Compartilhados.
Aceito qualquer forma,
Qualquer cor.

Porém, exijo que venhas nu.
Ando sem paciência,
Um pouco cansada
De usar o tempo
Para descobrir piedosas mentiras.

Quero ir direto ao ponto,
Conhecer pessoas, de fato;
E não reflexos,
Pedindo por psicanálise.

E des-cobrir, enfim, sentimentos cobertos.
Os meus
E os teus.

Apresentar-me,
Também,
Sem reflexos,
E, então,
Nos libertarmos,
Juntos,
Da nossa própria hipocrisia.

Digo mais uma vez
O que não disse antes:
Proposta aos interessados,
Se houver algum.

sábado, novembro 04, 2006

As Letras e o Tango

A palavra se contorse em formas e, de forma em forma, forma um homem. Um homem feito de letras. Lê, desviando de acentos e hífens, para a mulher, de carne e osso, a suas frente, reparando em vírgulas. É sensual, seduro, porém, há uma doçura que faz de todo o conjunto algo muito mais atraente.
A mulher veste-se para agir: Está vestida para o tango.
O tango toca no fundo. Dança sozinho a sua própria melodia.
O homem lê embriagado para a mulher. Conforme mudam seus sentimentos, mundam suas letras. Lia-se a pouco 'desejo', em seu corpo de letras; depois de um instante de letras embaralhadas tornou-se 'decisão'; mais letras embaralhadas e, quando se formava em seu corpo a palavra 'coragem', levantou-se e foi em direção a ela.
Tango.
Tango.
Tango.
Ia chegando perto e, quanto mais perto chegava, mais suas letras se embaralhavam. Lia-se nele, por mais que o tentasse esconder, 'nervosismo'. Até que, enfim, parou frente a frente com ela: Letras nas letras; olhos nos olhos; olhos nas letras.
Experienciou um momento de nada. Sua excitação era tanta que esvaziou-se. Não falou nada, somente letrou-a e ela o olhou em resposta. Ele estendeu mão, ela desviou o olhar, ele sorriu, ela deu-lhe a mão. O tango falou e ela leu-o: Satisfação.
O ritmo do tango incendeia-se e
tango
e tango
e tango
e tan
Na parada marcada do tango apertou-a contro o seu corpo tornando mais firme a pressão que fazia com seu braço de letras em torno daquela cintura. Agora todo ele era paixão em letras maiúsculas...
e tan
tan
tan
tan
tan
Os dançarinos incendiavam-se. Trocavam eletricidade pura entre letras e carne.
E tan!
Ele a curva. Seus braços rijos seguram o peso enquanto as pernas rijas da mulher se dividem entre apoiar-se no chão e flutuar na música.
No silêncio da música, a rosa que ele segurava em suas letras cai e ele, a mulher e o tango se dissipam em extase....
e tan
e tan
e tan
e tango!

Silêncio nos microfones

Charutos e chapeus...
"cigarros" e estrelas...
Pedais e farois...
Sins, Nãos, indecisões...
Beijos e lágrimas...
Tremores, temores e abraços...
A l F abetos...
Sorrisos e eus...


E nada de poesia, por hoje o silêncio toma o microfone...

Opium

Eu sou o impuro
O Opium
O feio

Eu sou a conta não paga
O horario perdido
A noite virada

Sou o acidente de transito
O só mais um trago de álcool
Sou sexo sem amor
E amor sem sexo

Mas nada disso te importuna
De mim terias tu pena
Se de meus dramas eu fosse vítima

Mas sou também o sorriso
Os pés trocados em noites perdidas de madrugadas ganhas
Sou a prova de que teu tédio é comodismo
E tua infelicidade?
Incompetência

Limita-te ao comum
E corroes-te
De ver em mim
O não facasso
Refletido nos teus dias iguas

Chora a tua inveja tardia
Enquanto eu,
Atolada em dívidas
Ainda assim
Coleciono sucessos

Poema alarmista?
Autor anarquista?
Achas mesmo que tudo isso
Não passa de adoscencia embriagada?

Pois bem,
A mim me serve teu desdém,
Faço disso a minha certeza de que,
Pelo menos da medilcridade
Ainda ganho em larga vantagem

E então, do meu futuro?
Quando as minhas contas forem pagas
Meus sonhos realizados
Minhas palavras parafraseadas
Eu?

Eu manterei o mesmo sorriso que hora mantenho
Nutrido não mais do que pela possibilidade de realização
E se não se realizarem?
Ora que pena, começaremos do zero
Uma nova largada
De uma nova velha corrida
Por mim

E tu?
Mesmo que intimamente,
Ou nem tão intimamente assim,
Rias do meu fracasso,
Ainda assim rirei eu de ti,
De pena,
De que precises tu do meu fracasso
Para enfim fazer abrir
Um meio sorriso gélido
Em teus lábios frígidos

Agora, se eu, por acaso,
Sucesseder,
O que confesso acreditar com muita fé
Ai sim, acho melhor procurares um médico
Pois a mim parece não poder mais ser procrastinado
O tratamento à
Esta tal dor que tanto te importuna alma,
Onde a felicidade te escorregou pelos dedos
Deixando emperrado nas articulações cutuvelares
Nada mais do que inveja e auto-piedade.

Eu sou o impuro
O Opium
O feio

Mas quanto não darias tu,
Por uma parcela pequena
Da minha overdose de vida?

Palavras tortas parafraseando sentimentos corcundas

Vim escrever texto de dedos..
Faz tanto tempo que não venho, mas é tanto acontecendo que explode, e me calo, mas não resisto: Falam os dedos.

Estou em Hiroshima de 45, mas entre todo o pó, só olho a rosa, e ela tem tanta cor, tanta a vida, que todo o pó não passa apenas de moldura da rosa...

Trocaria agora o som do céu pela queda dura e vermelha de sangue da mortalidade se fosse um anjo e soubesse que viver era exatamente isto que vivo. E dizer isto, só pela possibilidade de ser verdade, já me enche de profunda felicidade.

Não que não haja o sangue. Estou dilacerada. Me partem, me rasgam como nunca antes, mas me costuro e me recosturo e me apoio em meus grãos de Bibi, todos não Bibi e todos tanto Bibis e me construo, em linhas sinuosas que descrevem sorrisos... Não sigo as ênclises, embora as conheça, prefiro as próclises, expressam mais o simples e ralo português vilão (no sentido que Pessoa usaria) que revela em seu sorriso desdentado tudo que preciso pra me fazer entender, mesmo que eu “me” faça, unicamente, entender, sem que ninguém compartilhe. Ainda que duvíde, há curigas soltos, curigas entendem meias palavras, captam meias verdades, acreditam, por opção, em meias mentiras...

And I'd give up forever to touch you
'Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now

And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
'Cause sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight

Sendo you pessoas variáveis, pequenos pedaços…soltos, não perdidos...

And I don't want the world to see me
'Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am

AND YOU CAN'T FIGHT THE TEARS THAT AIN'T COMING
OR THE MOMENT OF TRUTH IN YOUR LIES
WHEN EVERYTHING FEELS LIKE THE MOVIES
YEAH YOU BLEED JUST TO KNOW YOU'RE ALIVE

Portanto, corto-me.

Chuva:
De medo.
De orgulho.
De álcool.
De amor.
Próprio.
Não próprio.
De pedra.
De palavras de pedra.
De castelos de gelo.
De mobílias de açúcar.
De lágrimas.
De gritos.

Banho:
De chuva.
De piscina.
De ódio.
De trégua.
De beijo.
De frio.
De banho.
De cama.
De eu.
D’elas.
D’ele.

Palavras:
De verdade.
De mentira.
Tipográficas.
Autobiográficas.
Autorais.
Teatrais.
Personagens.
Personais.
Pessoais...
Porém,
Parciais..
Sempre parciais..
Em parcelas de mim.

Eu truco.
E retruco.
Mas no final,
Meu jogo é outro.
Passo a vida tentando manter as cartas..
Meu objetivo final:
UMA CANASTRA DE CURINGAS.


Palavras tortas parafraseando sentimentos corcundas.
Mas, pelo menos, do alto na Notre-Dame.
Eu e os gárgulas.
Grrrrrrrrrrrrrrrrrr

Beijos amados grãos
Beijos amados curigas
Beijos amados
Beijos

11.07.05

Breakfeast at Tiffanys

Luna ou Holly?
Paul ou Fred?
Bibi ou Lara?
Yin ou Yang?

Todos faces de mesmas moedas...

Quantas faces tem uma moeda?
Quantas faces tem a minha moeda?

Adorei o filme, me identifiquei muito com ela.

Um tanto sonhadora.
Um muito perdida.
Se protegendo da vida, a sua charmosa maneira.

Uma personagem muito mais complexa do que o seu sorriso ingênuo nos permite presupor.

Fez me abrir sorrisos largos, pensando em tudo ainda por viver.

Ainda vestirei preto e pérolas.
Ainda, de manha, caminharei por Nova York.
Ainda tomarei café na Tiffany.
Ainda, mais uma vez, sentirei de novo.

Encotrarei alguns Rats, ou até mesmo alguns Super-Rats, talvez cruze por algus scared little mouses e para proteger-me terei O Gato.

Mais um livre.
Mais um sem nome.
Mais um que não pertence a nada.
Mas sempre acabamos pertencendo, no final...

16.08.05
FUCKING INSAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAANE!
_____________________________________________________________________

Que sociedade falida essa nossa.
To cansada de sobreviver por dois minutos.

Estávamos lá e decidimos ir embora.
Havia um carro atrás do nosso.
Ao nos aproximarmos ouvimos um estalo.
A medida em que diminuíamos a distancia ouvíamos mais nitidamente o que falavam.

"Ta na minha bolsa! Ta na minha bolsa que ta com eles!”.

Até que enfim nos demos conta.
Aquelas pessoas dentro do carro, não eram as donas do carro.
Aquelas pessoas fora do carro tinham sido expulsas do seu carro.
AQUELE ESTALO QUE OUVIMOS FOI UM TIRO!!!!

Se tivéssemos nos demorado um pouco menos.
Se não tivéssemos parado para ouvir aquelas ultimas fofocas.
Teríamos sido nós...

Ninguém, além de nós, viu que isto aconteceu.
Todos continuaram felizes como estavam.
Se sentindo absolutamente seguros como estavam.
Enganando-se hipocritamente como estavam.
Como estão.
Todos nós, fechando os olhos para a sociedade monstruosa da qual fazemos parte e,
Se não lutamos para modificá-la: CONCENTIMOS.
Tornando-a, ainda mais, monstruosa.

LIGAMOS PARA POLÍCIA,
MAS NINGUÉM ATENDEU.
VAI VER A SEGURANÇA TEM HORA PRA DORMIR.
VAI VER NOSSAS VIDAS TEM HORA PRA CORRER RISCO.

Pessoas podres a criar leis.
Pessoas podres a descumprir leis.
Pessoas podres a votar sem crítica.
Pessoas podres é o que estamos nos tornando,
Criando uma sociedade hipócrita e PODRE.
Que poe a culpa no mendigo,
poe a culpa no político,
poe a culpa no Bin Ladden,
Poe a culpa no Sadan,
Poe a culpa nos pais,
Poe a culpa no país.

PORRA, PAREM!! Todo mundo tem muita culpa nessa história, e pra não dizerem que falo dos outros
Eu, como parte disso, TENHO CULPA NESSA HISTÓRIA!!
E MAIS QUE CULPA, NÓS TEMOS RESPONSABILIDADE SOBRE ISSO!

Mas é mais fácil fingirmos que nada acontece
E voltarmos para os nossos feudos
Nos enganando de maneira tão ridícula
Em nos considerarmos seguros.
Não estamos seguros,
E NÃO É SÓ DA VIOLENCIA QUE FALO
É DA PODRIDÃO QUE SE APRESENTA.

Uma amiga querida, sempre que pode fala:

"Sabe como eram chamadas as pessoas que não participavam da vida política em Atenas?
IDIOTAS."

Essa é a origem da palavra.
E sinto que passamos hoje por um processo de IDIOTIZAÇÃO coletiva,
e entendam participar da vida política não como votar,
e sim como agir,
como,
ao ver algo errado,
corrigir,
denunciar,
escandalizar-se.

Tudo virou tão banal, que as pessoas perderam a capacidade de escadalizar-se com os abosurdos que se apresentam.

Sem escândalo,
Sem revolta:
Sem revolução.

É assim que pretendem viver?

Faremos todos como o nosso querido presidente?
Nos eximiremos da culpa e diremos que NÃO SABIMOS?

SABIAMOS SIM, SABIAMOS O TEMPO TODO.
BEM COMO ELE SABIA.

A MÁSCARA DA IGNORÂNCIA
NÃO NOS LEVA A LUGAR NENHUM
QUE NÃO SEJA PARA ATRÁS DAS GRADES.

Queridas crianças
sejam de 20, 30, 40, 60 anos.
Estamos, ao nos calarmos,
ESCOLHENDO,
por sermos eternamente
BEBES,
APRISIONADOS EM NOSSOS PRÓPRIOS BERÇOS,
PRETENDENDO NOS SENTIR SEGUROS
E NOS TORNANDO,
EM REALIDADE,
ETERNAMENTE VULNERÁVEIS
A PODRIDÃO QUE CONSTRUÍMOS.

Boa noite meus muito queridos
IDIOTAS
Porto Alegre 06.08.05
ciao ciao ciao
yeah yeah yeah
they always say they gotta go
funcking gotta go
gotta go to their very own shelters, places of fucking fear
place were one does not have to face the lack of subject
the lack of intimacy
rhe lack of excuses
I hate it

FIQUE
ENCARE
DESCARE
DESMASCARE
DESNUDE
DESNUDE A TUA ALMA
A MINHA ALMA
O TEU CORPO
OMEU CORPO
OLHA AI O POEMA REPETIDO

you gotta you gotta
you gotta run out of excuses

E ACEITAR O FATO DE EXPOR
EXPOR
IMPOR
CONTRAPOR
DISPOR
DESPÔR
DESPUDOR

LIVRA-TE DE VIL MASCÁRA
E VEM BAILAR UM POUCO
EM SEXO LOUCO
LIVRE DE QUATRO PAREDES

REVELA-TE
REBELA-TE
REVOLTA-TE
ENVOLTA-TE

EM MIM

lets tango tonight!

terça-feira, outubro 31, 2006

jogo-te agora fora.
jogo-te sempre, e nunca o consigo.
Mas eh o certo fazer, jogo-te fora exatamente porque te preciso.
Se não precisasse não me importaria em ter-te, servir-te-ai pra mim como bonito enfeite,
Mas quando fastes parte essencial de minha morada (e que morada?)
Ai sim, é imprescindivel que te jogue fora.
Somente quando conseguir existir eu sem te ti, estarei prota para ter-te.
Receito entretando que este dia nunca chegue. Pois longe sei viver sem tua vida,
Mas quando me aproximo, aaa, quando me aproximo, me tomas por inteiro,
Sou por ti louca,
Encantas-me e repudias-me em igual proporção,
E nessa dualidade consomes-me,
por todo, em cada célula consomes-me.
É simplesmente muito dificil te amar, pois te amo
Mas não sem culpa, em cada toque, me entrego e me contraio.
Por favor, não me obrigas a fazer com que me odeies,
posi eu já sei, não me serve de nada te odiar.
Te odeio e ainda assim te preciso,
Te amo e te preciso.
Essa não sou eu,
Não eh o que quero ser.
E ao teu lado, desfiguro-me.
Adeus.
Me da um buraco no canto do vidro
De onde eu possa tirar o frio
E ver o rosto em foco
Me traz a pureza da criança
O olhar do poeta
Não não, não me enche do que me sofre,
Pobre do artista,
Inocente demais,
- Culpado! - é culpado - diz o juiz
Culpado de sorrir, culpado de acreditar
Juiz podre
Me mandou pruma cela de vidro, pra eu aprender que eh frio
Aprender que o vidro eh frio
Aprender que o rosto é disforme
Aprender que o mecenas só quer o retrato da beleza
Idiota de mim que acreditei quando diceram que todo mundo quer ser melhor
Todos querem ser O melhor, não melhores
Idiota de mim que acreditei quando alguem falou em liberdade de expressão
Expressa-te e morre.
Lá vou eu, mais uma vez, sob sete palmos.
Idiota de mim que tentou pintar o que eu via.
O mecenas soh quer que pinte o que ele quer ver.
Idiota de mim.
Só me dá um buraco no vidro, onde eu possa ver esperaça.

sábado, junho 24, 2006

Faltava-lhe Ar

Nunca tinha acontecido isso à ela. Ficar assim sem ar, não era normal. Estava tonta, girava, mas não eram as habituais paredes do quarto, afinal, que girem as paredes do quarto, isso já é habitual, ao chegar da noite. Mas agora não, elas não giravam, se sentia girar por dentro, talvez fosse sua alma que girasse, lhe passava pela a cabeça a ideia de que sua alma era um balão e que, agora, só por graça, tinham-lhe decidido estourar, e entao a alma-balão girava caoticamente dentro do espaço daquele crânio, perdida. Mas também pudera. Não é todo dia que se joga tudo pra alto assim. Vou repetir, não é todo dia que se joga assim. Mais uma vez, talvez de outra maneira, não é todo dia que joga-se desta maneira. Joga-se a si, isso, foi isso que lhe passou, está no furacão do mágico de oz, em um instante e a vida já será outra.


Vou explicar o que se passou:

Era assim, vivia a sua vida nada habitual, a qual, com alguns esforço, estava a se habituar.Atendeu mais um cliente, eram um grupo e foi gentil, por habito, era-lhe habitual ser gentil.
Bla bla bla bla bla, Brasil, bla bla bla bla França.
Fotos, bla bla bla, e-mails.
Bla bla bla convite, bla bla bla aceita.

Isso por si só já era bastante para se furar o balão-alma, aventurar-se a ser hospede de alguem que embora muito gentil nao seja exatamente alguem que se conhece bem em uma terra estranha, com um idioma estranho e bla bla bla. Mas eram 5 dias, logo, o maximo que poderia acontecer seria um pouco de bla bla bla furado e voltaria a casa, meio frustrada talvez, mas nada de mais.

Entao, de repente, vai a internet procurar mudança, assim, por habito, porque tem por habito mudar. Até demais, é um mal habito eu diria... E então acha essa tal coisa. Decide entao fazer um curso, por que não, mas decide por habito, eu vou fazer, eu vou fazer tudo, e hoje de noite vou tentar conquistar o mundo e o mesmo bla bla bla habitual.


Mas vai longe, liga, inscreve, é aceita.
Choque. Nada mais de Bla bla bla.
Vai pra Paris no mesmo dia, mas não pra passar 5 dias.
Vai jogar tudo pro alto. Vai jogar-se pro alto.


Desde que começara o emprego se pergunta o porque de estar lá, parecia que havia um porque.
Desde que decidira ir a Paris se perguntava-se, sonhava, que essa viagem reservasse algo. Lhe é habitual sonhar com essas coisas.

Agora, aparentemente, vai a Paris passar o mês a estudar cinema.
Nada habitual.
Um sonho sonhado pra se tornar um sonho vivido.

Acho natural que lhe faltasse ar....

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

LittleBig

- Shhh, Silence! They are trying to sleep.

- Who? who are trying ot sleep?

- My feelings, they are trying to sleep.

Eles querem sonhar,
Sonhar com tudo que ainda está por vir e esquecer,
Esquecer de tudo que se teima em lembrar.

Eles querem sonhar que a vida é um filme
E esquecer o que o roteirista escreveu

Querem deixar de pensar em tudo que acontece entre aquele encontro
E o telefonema
Entre o dia em que o telefone tocou
E outro desde quando ele nunca mais se ouviu

Meus sentimentos querem sonhar que são um filme
Que se assiste comendo pão de queijo e coca-cola

Querem sonhar que são um filme tão emocionante
Que as vezes comemos o pão de queijo rápido, um depois do outro,
pra tentar disfarçar a ansiedade com a próxima cena

Meu sentimentos querem dormir
Pra esquecer que há momentos em que bocejamos no cinema
Meus sentimentos querem dormir
Pra sonhar que são filme pra se ver sábado a noite,
Abraçadinho com quem se gosta,
Ou fazendo guerra de pipocas com os amigos.

Meu sentimentos não querem nunca virar filme de Sessão da Tarde
Mas eles sabem que tem momentos na vida em que viram filmes do Corujão
Para alimentar e acalentar a insonia alheia
E fazer acordar na madrugada,
outros sentimentos,
Vindos de um filme fracês,
Ou talvez delicados como um Bertolucci.

Meu sentimentos querem dormir,
pra sonhar que são filmes que se assiste sempre acompanhado, sempre.
Meus sentimentos querem acordar e sentir que viram o filme junto de alguéns.
Meu sentimentos querem acordar nos sentimentos de algúens.

Meus sentimentos querem ser filmes com cross-over,
Toda hora se enrredando com o sonho-filme de outros sentimentos.

Meus sentimentos não querem oscar de melhor diretor,
Querem um filme cheio de falhas, querem errar várias vezes ainda.
Com certeza não querem oscar de melhor maquiagem,
Meus sentimentos acordam com olheiras, com remelas e com a cara amaçada.
Eles não querem ser sentimentos maquiados e,
Jamais querem viver
Entre sentimentos mascarádos.

Mas com certeza desejam ganhar por melhor fotografia,
Se tem uma coisa que querem é ser um sonho de imagens lindas.
A vida toda emoldurada em uma bela paisagem.

Convém também. no mínimo, concorrer,
Por melhor trilha sonora,
Afinal, eles querem samba,
Samba na rotina,
Porque é rotina, mas não precisa ser monótona.

Eles querem rock,
Rock no banho, pra cantar sozinho e se lembrar que é feliz,
Ou pra escorregar, e lembar que tem que se cuidar pra não cair.

Eles querem Frank pra dançar sozinho na sala
E fazer caretas na frente do espelho.

Eles querem tango, tango na cama,
Tango na cama com companhia,
Pra se lembrar sempre do que é feito um amor.

Meus sentimentos querem dormir,
Pra sonhar que ganharam oscar por melhor edição,
Meus sentimentos querem sonhar pra esquecer o que gostariam de editar.

- Shhh, silence. They are trying to sleep.

- Who? who are trying ot sleep?

- My feelings, they are trying to sleep.

Little Big, Eles querem sonhar...

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

Em diferença

Tudo está sob controle.
É tudo certo e incapaz de se constituir em ameça.

Se mantém assim o ser até o momento em que alguém se levanta e diz:

"Amanhã tenho que levantar cedo, melhor eu ir embora."

Está frase diz muito mais do que isso, diz:

"Eu não me importo mais em estar aqui. Se eu for embora agora, não vai me fazer diferença."

E então o outro lado percebe.
Sai-se da segurança.
E se verifica: Eu não faço diferença. Não estou em diferença a nada. Estou sim em indiferença.

E, então, tudo se move.
O que era reprimido se faz visível,
O desejo contido e a superioridade se fazem destruídos.
E, como em último ato de desespero,
Se lançam ações para que se reverta,
Para que se seja sentido em diferença.

"Então tá. Nos falamos amanhã"
"Tchau, vou sentir saudades"
"Um beijo, te amo"

Tudo dito para que
em tentativas inconsientes
Não nos tornemos indiferentes para ela
Ali na nossa frente,
Provando, em sua indiferença, nossa insignificancia.

Nenhuma ligação que se faça
ou palavra que se diga,
provaca mais movimento
do que o fato de não ligar quando se é esperado.
De não falar quando lhe querem ouvir.

A indiferença sim, é o real motor do mundo.

Nós, ifames,
Viis,
Em tentativas patéticas e ensurdecedoras,
Dizemos: Eu!
Esperando tão ingenuamente,
Que digam nossos nomes,
Sem que precisemos, para isso,
Berrar.
Mesmo que em nosso clamor,
não emitamos se quer,
um ruido desfinado e inaldível.