domingo, dezembro 27, 2009

Velharias Revisitadas - Título: Natureza Minha

Minha natureza é mutante
Minha natureza é mutável

Não sou muito de nada
Sou um pouco de tudo

Sou borboleta em casúlo
Sou lagarta com asas

Concervadora
Subversiva
Um oceano em contradição

E nessas contradições me encontro
E, nelas, cada vez mais me perco

Sou a figura da dúvida
Sou a figura da vida

O silencioso grito histérico
Das asas que teimam
E teimam
E reteimam

Vivo em constante casúlo
Pois vivo em constante mudança

Minha casa é minha concha
Casa de pérola insana
De cor nenhuma
Multicolorida

No infiito espaço que compreende uma lágrima
Meu mundo se extíngue
E na segunda
Revive

Não como fênix
Não volta igual
Se refaz
Mais esclarecido e seguro
Se refaz
Mais confuso e sozinho

Mas não importa como se refaça
Se refaz mudança

Sempre como nada
Como muito de algo
Como um pouco de tudo

A contemplar o universo intenso
Das mihas contradições


Poema de mil novecento e nem me lembro quando, já faz tempo, Porto Alegre


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