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Sabe quando temos um segredo, nada muito grave, uma letra de música, uma expressão que gostamos, qualquer coisa, mas um segredo, algo nosso que não temos ou ainda não tivemos oportunidade para dividir?
Sabe quando temos um segredo, nada muito grave, uma letra de música, uma expressão que gostamos, qualquer coisa, mas um segredo, algo nosso que não temos ou ainda não tivemos oportunidade para dividir?
Pois é, eu tenho vários desses. Pequenos segredos de agrados que guardo comigo. Sabores, sons, gestos, expressões das pessoas que gosto, coisas pequenas. E hoje, como que sem querer, alguém esbarrou em um segredo meu.
Hoje recebi uma declaração de amor de alguém que eu amo. Poderia ter sido algo singelo, um eu te amo em sua grandiosidade simples. Mas não foi, foi algo bem grandioso, porque, querendo ou não, essa pessoa esbarrou em um segredo meu. Esbarrou em uma música que eu passei a semana cantando, sozinha, baixinho, dentro da minha alma. Uma música que passei a semana inteira ouvindo um CD onde ela não estava, na esperança de encontrá-la ali.
Quando alguém esbarra em um segredo assim, tão de surpresa, é impossível não sorrir. Me faz lembrar de outros segredos, me faz lembrar dos trejeitos que gosto, dos sorrisos sorridos. Que poder tem os segredos...
Por isso, hoje, depois de escrever coisas nada autorais e muito pessoais, despeço-me com o meu segredo. Despeço-me deixando a música para que quem ler ache, nela, segredos seus.
Mas digo mais uma coisa ainda, antes de ir: muito mais assustador do que lançar-se ao mar, 10 mil vezes mais assustador do que lançar-se ao mar, é queimar os navios. Ai... quanta coragem é preciso ter para se queimar os navios.
Eu TE AMO
(do Maestro e do Malandro)
Ah, se já perdemos a noção da hora
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos
Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.
3 comentários:
nao tem como nao tocar fogo nos navios - a segurança de fuga
e querer lançar ancora
mas dá medo de lançar ancora e nao encontrar terra firme do outro lado
nossa, falei demais
hum...
Se me retrucas, te digo:
- Vale 4
(agora acha)
PS: Previsivel da minha parte =P
pois entao neh... acho que ta dando nmerda no server do meu flog... entao, bem ah foda-se
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Ao mar
É da terra que tem medo ou do que lá habitará quando chegares?
Sábios são aqueles todos que continuam na conhecida quietude do mar.
Sóbrios são aqueles tolos que tendem a ter vertigem no continente.
Mas tal enjôo é passageiro -
não de barco algum,
mas sim de nossa própria viajem(ou jornada, como queira)
Falo isso, pois nenhum enjôo de terra
comparasse as aventuras do desbravamento do continente
Essa vida deu-nos um barco incapaz de seguir adiante
fica sempre estaqueado na marina.
Mas do sonho criou-se esforço
e desse último, cultivaram-se braços fortes
capazes de nadar oceanos.
E não te preocupa com fatos alheios
a terra – se terra for – sempre é firme,
e o sonho – se sonho é – sempre faz-nos atingir
a terra
Pode-se até lançar-se ao mar por acaso
Mas o “por acaso” não queima navios
Não cria vínculos
Não faz alianças.
Não se ama por acaso
E nem, por acaso, se sonha.
.....
=)
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