Trama-se a trama de forma serena
E é só assim que se pode tramar
Os bandidos errantes
Tramando seu próximo golpe
Esquecem-se que vida
É feita de amar
A poeira do sotão
Em agudo silêncio
É gentil forasteiro
Pedindo saudade que volte
O croché da rendeira
Que trama na cama
Traz, a cada ponto
O contraponto da sorte
A palavra de corte
Do poeta boêmio
Faz arte da morte
Entre copas de vinhas
As viúvas tão tristes
E as tias sozinhas
Entre grossas linhas
Fazem, da trama
Sua fuga da vida
A moça bonita
Faz, da trama, lida
E amarra o cabelo
Com um laço de fita
Todos em fila
Tramam a trama
Esquecem, porém
Que trama-se a trama
De forma serena
E é só assim
Que se pode tramar
O ponto certeiro
É incansável guerreiro
Guarda a medida exata
Do quanto tramar
A trama da trama
Bibiana Xausa Bosak, quarta-feira 13, Janeiro, 2009
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