quinta-feira, dezembro 01, 2005

O que fazemos quando se rompem todas as crenças?

O que se faz quando jogam pedras em nossos valores de vidro?

Quanto tempo leva pra que nos levem embora toda a inocência?

Preciso desesperadamente acreditar em algo e tudo que me oferecem são mentiras a descoberto...

Já perdi minha virgindade:

Da virgindade do corpo me desfiz com prazer;

Já a da alma me arrancaram do meio do peito sem nem ao menos pedirem licença.

Um ano, menos, e tudo ruiu.

Vi meus super-herois chorarem de dor;

Vi daqueles que me ensinaram o certo fazerem errado;

Vi a quem dei tudo, jogar pela janela, embora não sem dor e, ainda assim, me vi voltar.

Vi mentiras em todos os lugares.

Recebi mentiras, só mentiras de quem me ensinou que devia falar a verdade sempre.

Via a inveja;

Vi o conflito entre o melhor de mim ser o ruim pros outros que, por isso, me fizeram mal, logo, vi o melhor de mim, ser o pior pra mim...

Perdi mais uma vez meu chão, meu norte.

Todos me decepcionam aos poucos, ainda que de maneiras diferentes.

Estou dilacerada, decepcionada, fragilizada.

Em um processo longo e doloroso e aprender a contar comigo, apenas.

Vi a lei.

Vi a justiça.

Vi quem foi injustiçado por medo de cara-feia.

Estou farta. Farta. Farta.

De tudo.

E de alguém em especial.

18 anos foram insuficientes para construir qualquer sinceridade porque acho que no fundo a inocência infantil que teimam em me roubar me dizia que não havia verdade ali para que eu pudesse acreditar. Enfim descubro que nem laços de sangue unem pessoas ou garantem qualquer coisa, qualquer que seja, carinho, compreensão, sinceridade, racionalidade, flexibilidade...

Paternidade.

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