sábado, novembro 04, 2006

Palavras tortas parafraseando sentimentos corcundas

Vim escrever texto de dedos..
Faz tanto tempo que não venho, mas é tanto acontecendo que explode, e me calo, mas não resisto: Falam os dedos.

Estou em Hiroshima de 45, mas entre todo o pó, só olho a rosa, e ela tem tanta cor, tanta a vida, que todo o pó não passa apenas de moldura da rosa...

Trocaria agora o som do céu pela queda dura e vermelha de sangue da mortalidade se fosse um anjo e soubesse que viver era exatamente isto que vivo. E dizer isto, só pela possibilidade de ser verdade, já me enche de profunda felicidade.

Não que não haja o sangue. Estou dilacerada. Me partem, me rasgam como nunca antes, mas me costuro e me recosturo e me apoio em meus grãos de Bibi, todos não Bibi e todos tanto Bibis e me construo, em linhas sinuosas que descrevem sorrisos... Não sigo as ênclises, embora as conheça, prefiro as próclises, expressam mais o simples e ralo português vilão (no sentido que Pessoa usaria) que revela em seu sorriso desdentado tudo que preciso pra me fazer entender, mesmo que eu “me” faça, unicamente, entender, sem que ninguém compartilhe. Ainda que duvíde, há curigas soltos, curigas entendem meias palavras, captam meias verdades, acreditam, por opção, em meias mentiras...

And I'd give up forever to touch you
'Cause I know that you feel me somehow
You're the closest to heaven that I'll ever be
And I don't want to go home right now

And all I can taste is this moment
And all I can breathe is your life
'Cause sooner or later it's over
I just don't want to miss you tonight

Sendo you pessoas variáveis, pequenos pedaços…soltos, não perdidos...

And I don't want the world to see me
'Cause I don't think that they'd understand
When everything's made to be broken
I just want you to know who I am

AND YOU CAN'T FIGHT THE TEARS THAT AIN'T COMING
OR THE MOMENT OF TRUTH IN YOUR LIES
WHEN EVERYTHING FEELS LIKE THE MOVIES
YEAH YOU BLEED JUST TO KNOW YOU'RE ALIVE

Portanto, corto-me.

Chuva:
De medo.
De orgulho.
De álcool.
De amor.
Próprio.
Não próprio.
De pedra.
De palavras de pedra.
De castelos de gelo.
De mobílias de açúcar.
De lágrimas.
De gritos.

Banho:
De chuva.
De piscina.
De ódio.
De trégua.
De beijo.
De frio.
De banho.
De cama.
De eu.
D’elas.
D’ele.

Palavras:
De verdade.
De mentira.
Tipográficas.
Autobiográficas.
Autorais.
Teatrais.
Personagens.
Personais.
Pessoais...
Porém,
Parciais..
Sempre parciais..
Em parcelas de mim.

Eu truco.
E retruco.
Mas no final,
Meu jogo é outro.
Passo a vida tentando manter as cartas..
Meu objetivo final:
UMA CANASTRA DE CURINGAS.


Palavras tortas parafraseando sentimentos corcundas.
Mas, pelo menos, do alto na Notre-Dame.
Eu e os gárgulas.
Grrrrrrrrrrrrrrrrrr

Beijos amados grãos
Beijos amados curigas
Beijos amados
Beijos

11.07.05

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