terça-feira, janeiro 25, 2011

Botando a coisa em dia

Blog anda miles desatualizado, então vamos lá que piano piano botamos tudo em dia.
Vou começar pelo começo então, o começo de 2011: 


MilNovecentos&DoisMileDez

O ano acaba com o mar de Santa Catarina acolhendo meu corpo, que boia no azul confortavelmente frio das águas de Dezembro no sul dos trópicos. Ondas calmas, o esforço para que conseguíssemos jogar frescobol por um tempo minimamente razoável, a família. Um ano que acaba assim só pode ter sido um bom ano. Independente do que aconteceu, boiar no mar azul do dia 31 de Dezembro mostra que sobrevivemos, que sobrevivi. 

Não foi um ano de derrotas, muito, muitíssimo pelo contrário. Mas não foi um ano de glórias douradas. Não. Foi um ano de muitas batalhas...

Como um roteiro de filme argentino, a trama de 2010 foi feita de conflitos internos, onde heróis e anti-heróis confundem-se e trocam de papeis a todo o momento; me fazendo entender que ficaram para trás as películas em preto e branco e dicotômicos contrastes. Descobri em 2010 que a vida é nunces... de cinza.

Uma das últimas lições que aprendi (e será que já aprendi?) é que as cores são muito, muito raras e que são muito, muitíssimo caras e que tenho que parar de sair por aí entregando minhas poucas cores feito arco-iris. Há um motivo para que os arco-iris só se mostrem de quando em vez!

Sempre fui mais dada ao universo dos hábitos intensos aos hábitos eternos, mas, neste ano, me aventurei pela constância, pela rotina, e é na constância que reside o eterno. Ainda não sou muito boa nisso, mas estou me esforçando. Estou me esforçando para muitas coisas: para perder 20kgs que adquiri por não ser mais seletiva aos pesos que me permiti carregar; para recuperar o equilíbrio do qual descuidei por já o considerar conquistado; e para diminuir a disparidade entre a flexibilidade que eu acho que tenho e a distância que minhas pernas, de fato, alcançam.

Essas coisas doem mais fundo do que as palavras lhes faz parecer e perturbam tanto este mar azul aqui na frente que a vontade que dá é de fazer uma auto-trepanação e jogar meu cérebro ao mar. Talvez assim minha cabeça fique mais leve. Quanto dos kilos que tenho que perder não serão em consciência? Acho que só meu travesseiro, e o tenho visto pouco, conseguiria responder.

Mas foi um bom ano. Um ano em que carreguei este peso a mais e ainda assim boiei no amor das águas de Dezembro. Conquistei muito também, e começo a aprender que as mais importantes conquistas são silenciosas e que, também eu, devo silenciar mais.

Já acreditando que encerrei o relato, talvez por estes sentimentos tanto estarem gritando em mim que mal consigo ouvir minha caligrafia, termino também este texto, desejando que no próximo ano haja menos paixões e mais amor, menos ilusões e mais realizações. E que, no meio de tudo isso eu consiga, de alguma forma, não perder a ternura.

Deixo alguns pesos para trás. Encerro milnovecentosedoismiledez. O próximo ano será, levemente, 2011. 



Bibiana Xausa Bosak
31 de Dezembro de 2010
bar a beira mar, Garopaba, SC, Brasil

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