quinta-feira, janeiro 05, 2006

Conto de Fadas

Neste espaço tão só meu, me sinto livre para me revelar; ainda que fantasie visitas planejadas.
Mais ou menos como meu sentimentos: Demostro distância e mantenho barreiras fantasiando, intimamente, com ver estas barreiras quebradas, com ver a lutra para quebrárem-nas.

* * *

É como se eu fosse todo o conto da Bela Adormecida em uma só pessoa.

Sou a própria buxa a amaldiçoar a princesa. Me levo ao extremo da falta de respeito próprio a destruir-me com pensamentos viciados.
E então aprincesa, que, a quem adormecida, não resta nada se não sonhar com o prícinpe; Logo, sou também princesa que sonha em se acordada de seu mundo de sombra para ser levada para o reino encantado. Embora hoje o que eu realmente sonha, seja com não sonhar.

* * *

Tenho medo de dormir, meu sono hoje traz a tona os sentimentos que durante o dia me ocupo em esconder de mim, ocupando.
Meu sonhos revelam pensamentos continuos, teimando em lembrar-me o que, tão intensamente, teimo em querer esquecer.
Um mundo inteiro que gostaria de esquecer; toda a amargura que gostaria de não viver; de tantos não queres, canso, fico exausasta de querem com tanta força não querer o que insiste em querer acontecer. Logo, hoje, me resumo a não querer dormir... Mas o sono vem e vem. Constante, devastados, querendo mais uma vez acontecer por cima do meu desejo.

* * *

Logo está lá, aqui, a bela, não tão bela (a sentir-se), a sonhar e não querer sonhar, a lutar contra o veneno do sono. A desejar, unicamente, acordar de um sonho ruim. De uma vida de sonho ruim. A desejar acordar da sua realidade, sonhando intensamente que está seja um sonho, para então acordar em uma realidade de contos de fadas.
Mas hora que contradição. Deseja um mundo de conto de fadas sendo que está a viver um, pois a que desejar um mundo de contos de fadas, se neles a pricesa sempre e sempre sofre durante toda a história para chegar enfim as 5 palavras finais: Eles viveram felizes para sempre.


* * *
Logo, para o desejar pelo final da história, quero logo ouvir tais palavra. Quero que a história acabe, com o final onde a pricesa em uma carruagem deixa seu lugar de origem e vai viver em algum lugar onde eles viverão felizes para sempre.

E isto me leva a outra coisa, quero logo o final da história para saber quem são eles. Sempre eles, o plural tão reconfortante e assuntador, saber que não se está só, o conforto máximo e, o contrário, sentir-se só, traz a ânsia incessante de desejar encontrar as peças que encaixam, as notas que faltam para completar a melodia.

Quem são eles?

Quem são meus eles?

* * *
Mas, na torre, a sonhar com o final da história e com quem ira salvá-la há alguém, porém lá fora, a traçar o árduo caminho está outro alguém, e no meio há o dragão.
E então, me torno o próprio dragão que assombra o caminho até mim, dura, rispida e venenosa a afastar todos aqueles que tentam se aproximar. Logo, só chega até mim, o vencedor da luta, CONTRA MIM.... um tanto triste, a fada madrinha diria, assim não há prícinpe que resista.
Pois a forma importa, se há um dragão, luta-se contra ele, agora se este é bruxa, pricesa e monstro, se confundem os papéis e, quando se dá por conta, estamos a nos sentir pricesas: frágeis e desprotegidas, porém, estamos a ser jungadas com dragões: Maus, não dignos de compaixão, e violentos por motivos cujas razões não são consideradas dignas de atenção.

* * *

Enfim, me desdobro a exercer milhões de papeis de mim, agindo como quem agride e machuca e, ao mesmo tempo, como quem é agredida e machucada. Agindo como quem sonha em se deixar levar e, ao mesmo tempo, como monstro que impede que se chegue perto.

Me falta aprender ainda a ser minha própria fada madrinha...

* * *
E, no meio deste conto, só me restam algumas certeza. A de que não quero lembrar, não quero pensar e, pricipalmente, não quero dormir.

Conseguindo com extrema destreza, dentro da minha canhotisse, não atingir nenhuma das coisas que tanto desejo...




Nenhum comentário: