quinta-feira, janeiro 05, 2006

Confession

Forgive me father, 'couse I have sin...

Lendo está frase assim, eu me pergunto, a quem não tem religião, pra quem está frase está sendo dita?

Não sinto que seja eu a ter que pedir perdão a um dos pais, o menos pai, o que eu mais sonho que fosse pai (e note bem a coragem de conjugar o verbo no presente, pois me foi preciso muita para fazê-lo)

De qualquer maneira há a quem eu deva pedir perdão, pois pequei, contra tudo que acredito, mas nem contra tudo que sinto. Ainda que a quem mais deva perdão não seja ao Pai e sim a uma ovelha, tão pura e dão cheia de maldade quanto todas as outras...

Na verdade talvez acredite que use meu pecado como forma de não me sentir tão patética frente ao mundo, talvez fira fundo para não me sintir a única ferida em batalhada de não guerra, em luta pela sobrevivência (ainda que da maneira nada selvagem como concebemos está sobrevivência), em um mundo selvagem em palavras e em segredos, com instintos contidos a cada instante, com instintos seguidos a cada instante e, com a certeza de que, a cada instinto seguido há uma racionalidade ferida, um regra quebrada, no complexo sintema não formalizado denominado hipocrisia, no qual vivemos.

É uma pena saber que, em certas ocasiões, ao quebrarmos com as regras, quebramos também com pedaços de sentimentos.

Os teus sentimentos, os meus sentimentos. Nos partimos todos.
E, ao final do texto, já não sei mais sobre quem escrevo...
Me faz mal, muito mal.

Passo a atribuir pensamentos que não pertence a pessoas, simplismente pelo fato de não conseguir parar de sentí-las.

Raiva, de mim, também.

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