terça-feira, outubro 31, 2006

Me da um buraco no canto do vidro
De onde eu possa tirar o frio
E ver o rosto em foco
Me traz a pureza da criança
O olhar do poeta
Não não, não me enche do que me sofre,
Pobre do artista,
Inocente demais,
- Culpado! - é culpado - diz o juiz
Culpado de sorrir, culpado de acreditar
Juiz podre
Me mandou pruma cela de vidro, pra eu aprender que eh frio
Aprender que o vidro eh frio
Aprender que o rosto é disforme
Aprender que o mecenas só quer o retrato da beleza
Idiota de mim que acreditei quando diceram que todo mundo quer ser melhor
Todos querem ser O melhor, não melhores
Idiota de mim que acreditei quando alguem falou em liberdade de expressão
Expressa-te e morre.
Lá vou eu, mais uma vez, sob sete palmos.
Idiota de mim que tentou pintar o que eu via.
O mecenas soh quer que pinte o que ele quer ver.
Idiota de mim.
Só me dá um buraco no vidro, onde eu possa ver esperaça.

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