domingo, janeiro 10, 2010

EU TE AMO: alguém esbarrou em um segredo meu

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Sabe quando temos um segredo, nada muito grave, uma letra de música, uma expressão que gostamos, qualquer coisa, mas um segredo, algo nosso que não temos ou ainda não tivemos oportunidade para dividir?

Pois é, eu tenho vários desses. Pequenos segredos de agrados que guardo comigo. Sabores, sons, gestos, expressões das pessoas que gosto, coisas pequenas. E hoje, como que sem querer, alguém esbarrou em um segredo meu.

Hoje recebi uma declaração de amor de alguém que eu amo. Poderia ter sido algo singelo, um eu te amo em sua grandiosidade simples. Mas não foi, foi algo bem grandioso, porque, querendo ou não, essa pessoa esbarrou em um segredo meu. Esbarrou em uma música que eu passei a semana cantando, sozinha, baixinho, dentro da minha alma. Uma música que passei a semana inteira ouvindo um CD onde ela não estava, na esperança de encontrá-la ali.

Quando alguém esbarra em um segredo assim, tão de surpresa, é impossível não sorrir. Me faz lembrar de outros segredos, me faz lembrar dos trejeitos que gosto, dos sorrisos sorridos. Que poder tem os segredos...

Por isso, hoje, depois de escrever coisas nada autorais e muito pessoais, despeço-me com o meu segredo. Despeço-me deixando a música para que quem ler ache, nela, segredos seus.

Mas digo mais uma coisa ainda, antes de ir: muito mais assustador do que lançar-se ao mar, 10 mil vezes mais assustador do que lançar-se ao mar, é queimar os navios. Ai... quanta coragem é preciso ter para se queimar os navios.

Eu TE AMO
(do Maestro e do Malandro)



Ah, se já perdemos a noção da hora

Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir


Ah, se ao te conhecer

Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir


Se nós nas travessuras das noites eternas

Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir


Se entornaste a nossa sorte pelo chão

Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu


Como, se na desordem do armário embutido

Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu


Como, se nos amamos feito dois pagãos

Teus seios ainda estão nas minhas mãos
Me explica com que cara eu vou sair


Não, acho que estás te fazendo de tonta

Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.



3 comentários:

Bibiana Xausa Bosak disse...

nao tem como nao tocar fogo nos navios - a segurança de fuga

e querer lançar ancora

mas dá medo de lançar ancora e nao encontrar terra firme do outro lado

nossa, falei demais

Unknown disse...

hum...
Se me retrucas, te digo:
- Vale 4


(agora acha)


PS: Previsivel da minha parte =P

Unknown disse...

pois entao neh... acho que ta dando nmerda no server do meu flog... entao, bem ah foda-se


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Ao mar

É da terra que tem medo ou do que lá habitará quando chegares?
Sábios são aqueles todos que continuam na conhecida quietude do mar.
Sóbrios são aqueles tolos que tendem a ter vertigem no continente.

Mas tal enjôo é passageiro -
não de barco algum,
mas sim de nossa própria viajem(ou jornada, como queira)

Falo isso, pois nenhum enjôo de terra
comparasse as aventuras do desbravamento do continente

Essa vida deu-nos um barco incapaz de seguir adiante
fica sempre estaqueado na marina.

Mas do sonho criou-se esforço
e desse último, cultivaram-se braços fortes
capazes de nadar oceanos.

E não te preocupa com fatos alheios
a terra – se terra for – sempre é firme,
e o sonho – se sonho é – sempre faz-nos atingir
a terra

Pode-se até lançar-se ao mar por acaso
Mas o “por acaso” não queima navios
Não cria vínculos
Não faz alianças.

Não se ama por acaso
E nem, por acaso, se sonha.


.....


=)