segunda-feira, janeiro 11, 2010

Mira Miró.

por las ramblas me pego a mirar
la trajetória del hombre solitário
és Miró a pintar


quando miré, no lo entendi
pero era niña, jueven del'alma
no lo entendia como lo entendem las gitanas
que en una mano
se puede mirar una vida completa


Pequeno poema em espanhol errado. Tirei está foto no museu do Miró. É estranho como um Miró de tantas cores pode produzir uma linha. Uma linha. Tão significativa e que se demore tanto para entender.
O quadro chama-se "A tragetória do homem solitário" e só hoje, passados mais de 3 anos, olhando pra foto do quadro sem quererm é que consegui entender.

Não se pode olhar pra ele como olham os céticos, uma linha não diz nada aos céticos. É preciso olhar pra ele como olham as ciganas, o quadro agora me parece genialmente óbvio: é uma linha da vida.
O sentido dele faz toda a diferença, se estivesse virando ao contrário, como se pode imaginar, significaria o oposto, mas, virado assim, consigo ver claramente a tragetória do homem solitário.

Uma infância e juventude vividas as preças, sem grande atenção ou acontecimentos; uma vida adulta de turbulências miúdas, nada que mude a vida de alguém e, por fim, uma velhice inquieta por tudo que se deixou de viver. E ainda alí, bem no final, uma tentativa frustrada de dar a volta, para começar tudo outra vez.

É incrível como demoramos para perceber o óbvio. Olê, Miró! Cada vez mais, meu artista preferido.




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